29 de outubro de 2011

Os piores filmes da face da Terra 4

Jogo de Morte (Game of Death), 2010


Quando assistimos a um filme de ação, queremos o quê? Um diretor que não sabe dirigir nem atores nem câmera querendo fazer filme estiloso? Definitivamente não. Queremos pancadaria, queremos assistir algo que nos tire o fôlego. Afinal, essa é a função desse tipo de filme. Se quisermos "arte", "reflexão" e coisas do tipo, certamente não nos aventuraremos por algo desta natureza.


Então temos um filme de ação que demora uns 20 minutos pra primeira ceninha mixuruca meio movimentada acontecer. E até ela acontecer, tivemos que engolir cerca de 300 jogos e efeitos de câmera daqueles bem baratos, com distorções, sobreposições e coisas do tipo. Depois de um pingo de ação, vem um monte de diálogos enormes. Daí começa a cansar, começamos a perceber que a trilha sonora não pára um minuto, e é daquelas que parecem querer conduzir o espectador a algum processo de depressão. E nas cenas (raras) de ação, vem um rock meio pancada absolutamente irritante.


Junte a isso atuações inesquecivelmente ruins e diálogos fraquíssimos e cheios de clichês, então você terá um fiasco de filme. O Snipes é um tipo bacana pra filmes de ação, com aquele jeitão de "não tenho emoções" e tal, mas foi levado ao fracasso por esse diretor de 3a. categoria, o tal de Giorgio Serafini. Sigam este link para a página dele no IMDB, decorem os nomes dos filmes e não aluguem nem assistam jamais nada que ele dirigiu ou dirigir. Fiasco!

Classificação: duas estrelas (pelos esforços do Snipes nas cenas de pancadaria)

11 de outubro de 2011

Os Piores Filmes da Face da Terra 3

O Som do Coração (August Rush), 2007


Se você é suscetível a cenas ultra-emotivas, mas daquelas em que o diretor se vale dos recursos mais apelativos pra lhe arrancar uma lágrima, e se você acredita que qualquer melodiasinha pode transformar o ser humano em algo melhor, então não leia mais nada do que eu escrever, e tenha um bom filme.

Se você continuou lendo, é porque ou não se encaixa na descrição acima ou é curioso demais. Bom, não me culpe. Isso é aqui é opinião, e tem gente que pode concordar, e tantas outras gentes que não concordarão.


O filme fala sobre um menino super-dotado musicalmente, filho de uma violoncelista erudita e de um guitarrista (já começa aí a proposta melosa...), que têm uma história de amor truncada. O menino é descoberto e protegido por um tempo por um personagem bem "nada a ver" vivido pelo quase sempre exagerado Robin Williams, e acaba se revelando a própria encarnação do espírito da música na contemporaneidade.


Só que o filme todo é um grande chavão, em todos os níveis: a maneira como a história é conduzida, as atuações, a trilha sonora, a edição... Tudo! Particularmente me incomodaram os erros grosseiros musicais, ainda mais num filme cujo assunto principal é a música (custava contratar um consultor musical????). Mas pior que tudo é a melação, a apelação açucarada pra pegar o espectador pelo coração amanteigado. Claro, há tipos diferentes de pessoas, algumas se afetam mais rapidamente. Eu sou um daqueles mais difíceis de dobrar por dramalhões, mas já fui dobrado várias vezes às lágrimas. Mas tem que ser algo bem conduzido. Quando há apelação, pra mim o efeito é o contrário: o drama vira comédia. E foi o que aconteceu nesse filmeco.

Então assista por sua própria conta e risco, e se tem diabete já prepara a insulina.

CLASSIFICAÇÃO: 1 estrela

Os Piores Filmes da Face da Terra 2

Prova de Fogo (Fireproof), 2008


Não, não olhe para o fogo, para os bombeiros, para nada no cartaz que possa fazê-lo crer que se trata de um filme de ação. Olhe apenas para as alianças que se entrelaçam nos OO do título do filme. Pois o filme é isso, só isso: uma história fraca e melada sobre um casal que enfrenta uma tal "prova de fogo" para manter o casamento.


Mas não é ruim só por isso. É ruim também, e principalmente, porque é um filme claramente religioso, cheio de lições de moral e citações da bíblia, daqueles que querem fazer você se sentir um pecador por ver uma foto de modelo em propaganda de lingerie no outdoor. É um filme ruim, que fica pior ainda quando quer provar que o casamento é algo que Deus inventou, e que se não está dando certo é porque o capeta está dominando a situação. A vastidão de problemáticas humanas que podem fazer duas pessoas não quererem mais viver juntas é solenemente desconsiderada, e tudo é reduzido a chavões de mal gosto até para religiosos que pensam um pouco mais profundamente sobre religião.


O filme tem duas ceninhas de ação que até são razoáveis, mas elas são um grande nada perto da enxurrada de moralismo cristão-fervoroso que tentam lhe enfiar goela abaixo. Só vai gostar realmente quem compartilha desse ideário. Definitivamente não é meu caso.

Depois ainda li que na cena final, em que os protagonistas finalmente se libertam do satanás e se beijam como símbolo do casamento feliz que acaba de se salvar, o ator, de tão fervoroso, se recusou a beijar a atriz que interpretou sua mulher, e a produção teve que se virar, e colocaram a mulher dele na vida real pra fazer a cena, pois é a única pessoa no universo que ele beija. Atitude bem saudável pra um ator, né? Isso não é ator, isso é um religioso fervoroso que brincou de fazer filminho.

Enfim, tudo uma grande bobagem. Fujam!

CLASSIFICAÇÃO: meia estrela (pelas duas ceninhas de ação)

O eterno adolescer de alguns adultos

Realmente me espanta quando um adulto, armado com uma idéia fixa cretina, faz aflorar o adolescente que lhe habita, e indo atrás de cumprir uma missão boba atrapalha a vida de muitas pessoas em seu entorno. Falo em adolescente, pois a criança ainda age por pureza, e o adulto por responsabilidade. O adolescente típico é aquele que se acha importante, que acha que suas verdades são as mais importantes do universo, e é capaz de destruir a galáxia por ideais furados e obsessivos. Pior ainda é o adulto que não passa dessa fase, que passa a vida com uma mentalidade irresponsável, a cada dia crendo ter descoberto a grande verdade da vida, que se desfaz algum tempo depois, e é substituída por outra mais reveladora. Tudo falso!

Em busca de salvar o mundo, um adulto de mente "aborrescente" só o piora. Dominado pela ilusão de estar realizando uma façanha, não percebe o tamanho do incômodo que causa ao planeta, e a tanta gente que é obrigada a conviver com ele.

O adulto que adolesce jamais entenderá que sua visão de mundo é só mais uma dentre tantas, que a rigor não tem qualquer importância, e que muito menos poderia justificar uma série de atos bobos, disfarçados de ares proféticos. Este tipo de adulto é o que mais incomoda, pois tem o ideário furado de uma pessoa muito imatura e deslumbrada de 13 anos, mas o poder de ação de alguém independente e que interfere nas vidas de muita gente.

Chatice!